Há coisas na
vida que não têm preço. Momentos ímpares. Situações que só acontecem uma única
vez. E é assim que pode ser resumida a sexta edição do Garanhuns Jazz Festival
– em todos os seus quatro dias.
Impagável
conferir a gaita endiabrada de Jefferson Gonçalves - e sua banda de alto nível
- junto com a virtuose de Kiko Loureiro (guitarrista do Angra). Ou todo o
carisma do ótimo Atiba Taylor (cujo CD que comprei no local anda me deixando de
queixo caído!), que também fez uma participação pra lá de especial na
apresentação do “incendiário” Tico Santa Cruz (da Detonautas), que tocou com a
Uptow Band.
A excelente
Igor Prado Band com a exuberante americana Tia Carrol foi arrasador. Também, o
encontro elétrico entre George Israel (do Kid Abelha), Rodrigo Santos (Barão
Vermelho) com um time de feras (Kiko Loureiro, Taryn, Kenny Brown, Cláudio
Infante e o Projeto Batuque, entre outras feras). Ou ainda o feeling do
encontro entre Lancaster, Big Chico, Adriano Grimberg e Nathalie Alvin – de primeira!
Sem falar na
grata surpresa em conhecer os talentosos músicos de Garanhuns, como o “mágico”
guitarrista Marcos Cabral (que não fica devendo a nenhum mago da guitarra), o
samba de Alexandre Revoredo com o fantástico Zezinho da Sanfona (de Arcoverde),
o jazz instrumental do Baião de Três, a fusão interessante dos Valvulados e o
Projeto Batuque, que detonou com os bateristas Cláudio Infante e Gustavo Las
Casas e o baixista Efraim Rocha.
O Batuque,
por sinal, roubou a cena. E foi com esse maravilhoso grupo de percussão local
que a maravilhosa Taryn e sua banda, juntamente com Kiko Loureiro,
protagonizaram o ponto alto de todo o festival. Conferir “Rock’n Roll” e Black
Dog”, ambas do Led Zeppelin, numa fusão pra lá de original, foi talvez o
momento mais efusivo que este que vos escreve tenha visto. Momento daqueles que
não têm preço. Ímpar. Que só acontece uma única vez.
Todo
festival que se preza leva o diferente. Foi essa sensação ao conferir o som da
Sol Alak (com um tango misturado) e de Sérgio Ferraz (com o seu
experimentalismo ousado). Mais ainda com o projeto Jazzpira, que juntou a banda
Três de Paus com a ótima Adriana Farias, fundido o mais autêntico jazz com
músicas sertanejas de raiz. Diferentes propostas com resultados elogiáveis.
E como se não
bastasse tudo isso, o último dia ainda juntou Andreas Kisser (do Sepultura) e
Kiko Loureiro (do Angra), dividindo o palco com os ótimos Arthur Menezes, Jonathan
Richard, Kleber Dias e Kenny Brown (que em seu show mostrou toda a essência do
verdadeiro Blues), com participação de Adriana Farias – detonação total! Registre-se
ainda o jazz refinado da ótima banda Delicatessen (do Rio Grande do Sul), cuja delicadeza
e virtuose marcaram o público.
Garanhuns,
assim, entra definitivamente no hall da música internacional. Ponto pra toda
produção (com referência especial a Giovanni Papaléo e o prefeito Isaías Régis,
que confirmou o Sepultura no Festival de Inverno em julho próximo).
É... Tem
coisas que só acontecem uma vez na vida...