Há anos venho
me traindo. Sim. Eu que tanto prezo pela coerência. Que tanto cobro por mudança
(começando por mim mesmo). Que tanto me desafio para ser alguém melhor. Venho,
sim, me traindo. Mas hoje tomei uma decisão para acabar com isso. E me traí
novamente para acabar com as minhas autotraições. Explico.
Ainda
votante em Olinda (PE), não consegui encontrar um candidato que merecesse o meu
voto. Tentei fazer o que vinha fazendo antes. Votando no “menos ruim em
potencial”. Deu não. Eu vinha, sim, me traindo a cada pleito eleitoral,
excluindo os péssimos e votando nos “menos ruins”, sem a menor convicção. Traição.
Hoje, todavia,
acordei e decidi fazer diferente. Não escolhi ninguém. Ninguém mereceu o meu
voto. Assim, evitei a autotraição já referida. Mas a traição perdurou. Meu voto
em branco não foi um protesto, mas uma incapacidade de valorizar capazes. E
nessa atitude traí-me também por me excluir do processo de gestão da cidade nos
próximos quatro anos.
Arrependido?
Sim. E não. Decepcionado? Com certeza. Enquanto os projetos políticos tiverem
como base a ocupação do poder – e não o interesse da maioria – permanecerei me
traindo, quer votando nos “menos ruins”, quer passando em branco.
O voto é
fundamental para o processo democrático, mas não se deve perpetuar a lamentável
situação política do país. Algo precisa ser feito – e não acredito que votar em
branco seja a solução (e não me pergunte qual é, então, porque ainda não sei a
resposta). Pois é. Deu branco em mim...
é.
ResponderExcluirAcredito que todas as pessoas que tem um pouco de coerencia politica tenha este sentimento, porém precisamos ter paciencia pois a evolução social e politica lenta, o que temos ai é o retrado da nossa sociedade, é o reflexo das atitudes de cada um. Muito ainda teremos que caminhar. bjos.Liane
ExcluirVerdade, Liane. Verdade...
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