sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sexta-Feira 13. Escureço...

"Capa" do "livro" escrito por um dos assassinos (imagem do JC Online)



A sexta-feira é 13. O dia poderia ser como qualquer outro, mas essa sexta, em particular, reservou-me a escuridão. Deparo-me com mais detalhes sobre os canibais de Garanhuns (PE). Escureço.

Matar. Retirar a pele. Esquartejar. Enterrar os restos. Congelar a carne. Comê-la. Utilizá-la como recheio de salgados que eram vendidos na rua. Escrever um livro relatando com detalhes todos os crimes. Tratar as vítimas como “adolescentes do mal”. Ritual macabro.

Duas mulheres vitimadas por três insanos (um homem e duas mulheres). Que afirmaram “ouvir vozes” ordenando a matança. Que, após os crimes, fizeram compras com o cartão de crédito de uma das vítimas. Mulheres. Atraídas pela oferta de emprego. Assassinadas como se nada fossem.

Com tantos ingredientes, fácil se revoltar. A população saqueou a casa e a incendiou. De nada adianta. Os acusados confessos estão presos. Serão julgados. Condenados. São monstros... Ou apenas seres humanos?

Fácil se revoltar. Mas vale refletir o quanto temos de insanos como os tais assassinos. Uns talvez mais, outros provavelmente menos. Acusar é fácil. Pegamo-nos quantas vezes raivosos, desejando o mal (ainda que não o pratiquemos)? Os pensamentos, contudo, voam. São ações não materializadas. Desejamos a maldade que não temos coragem de fazer (isso quando não a fazemos). Isso é tão ruim quanto, não duvideis – guardadas as justas proporções.

O mal é escuridão – ausência de luz. Somos todos duais. Antes de qualquer raiva ou julgamento dos acusados, sinto compaixão. Lamento pelos atos loucos e malignos tanto quanto pela vida das vítimas. Compartilho a dor dos familiares e ponho-me no lugar deles. Choro por dentro. Escureço...

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