Foto: Arnaldo Carvalho
Às vezes
Sinto-me tão senil,
Um homem velho,
De velhas idades,
Idades estas vividas
Num curto ciclo juvenil.
Talvez seja a vida
Impondo-me seu relógio veloz,
Com ponteiros ousados,
Sincronizados com um tempo finito.
Talvez seja eu mesmo,
Impaciente, audaz,
Burlando meu chegar paulatino
Com passadas apressadas.
E esses “talvez”, agora,
Sequer interessam mais,
Pois vejo que tão somente sou
Como qualquer outro,
Velha alma, jovem corpo,
Ser longínquo sem idade...