quinta-feira, 25 de março de 2010

Comoção Nacional?

"Não se deve tachar a televisão de anticultura: cada povo tem o programa que merece".

(Júlio Camargo)



Tantas novelas de níveis questionáveis. Reality Shows deprimentes (será isso um pleonasmo?). Programas de entretenimento de péssimo gosto. Notícias produzidas com intenções duvidosas. E uma participação cada vez maior na vida dos brasileiros, induzindo “tendências” e manipulando o gosto da massa. Eis a Televisão brasileira.

A volta do Caso Nardoni que o diga. Novamente, foco de boa parte da audiência televisiva. Tanto que, dia desses, uma matéria na TV tentava encontrar os porquês de tanta gente se comover em casos como esse... Quanta petulância! Lógico que tudo não passa de produto dessa indução televisiva.

Independentemente da crueldade que permeia o caso, será que teríamos essa “comoção nacional” em crimes que acontecem frequentemente contra crianças aqui em Pernambuco, por exemplo? Será que se a TV não fizesse tanto alarde nesse caso Nardoni, teríamos toda essa repercussão?

É a tal anticultura sugerida por Júlio Camargo, que se encaixa muito bem aqui. O tribunal onde acontece o julgamento do pai e da madrasta de Isabela Nardoni anda lotado de anônimos - todos estes que compõem “o programa que merecem”.

Comoção nacional... Hum! É brincadeira...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Divagações de um Beija-Flor

É possível parar no ar - e no tempo - e sentir-se livre - e voando?

É possível invadir a flor - e a vida -, ter o seu mais doce sabor e não despedaçá-la?

É possível ser pequeno e ao mesmo tempo grande? Ser frágil e ao mesmo tempo forte? Ser nada e ao mesmo tempo tudo?

Sim. É possível.

Ando mesmo me sentindo como um beija-flor...

terça-feira, 16 de março de 2010

Apenas Coisas de Hoje em Dia...

Macacos me mordam! Estão acabando com os elefantes na África! E, pior ainda, boa parte desse extermínio é somente para comercialização de marfim...

Pelo cajado de Netuno! Estão acabando com os tubarões no Japão e em Moçambique! E, pior ainda, a maior parte dessa matança é apenas para comercialização das barbatanas...

Pelas barbas do profeta! Estão exterminando as focas, baleias, golfinhos, gorilas, tigres, vacas, frangos, peixes (e uma lista que não tem mais fim)! E, pior ainda, todo esse genocídio é apenas para satisfazer a ganância humana...

Pelas pregas de Odete! Estão acabando com o planeta! E, pior ainda, toda essa volúpia só serve para afetar um idiota como eu, incomodado inane, ousando escrever essas palavras...

É... São apenas coisas de hoje em dia...

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Dia

Não há festa. Nem comemoração. O dia é de valorização. Reconhecimento. Reflexão. Um dia como outro qualquer, mas repleto de um simbolismo ímpar. Um dia internacional, assim como a própria ‘causa’ o é...

O dia é das mulheres. Daquelas que há mais de um século atrás morreram queimadas nos EUA após uma manifestação pacífica por melhores condições de trabalho. Daquelas queimadas vivas nas ‘santas’ fogueiras há tanto tempo atrás, apenas por serem, digamos, diferentes. Das que lutaram e lutam contra o machismo social ainda vigente. Das de todas as cores, ideologias, crenças, nacionalidades...

O dia das que são filhas, mães, esposas. Das solteiras, avulsas, lésbicas, celibatárias. Das que já não dividem mais este mundo conosco. Daquelas íntegras por inteiro e das que se prostituem (quer pela fama, quer pelo prazer, quer por dinheiro). Daquelas conscientes do próprio papel feminino e das que se deixam expor como produtos de consumo masculino (e também feminino). Enfim, das fiéis, infiéis, vítimas, algozes, paraplégicas, enfermas, saudáveis, intelectuais, analfabetas, trabalhadoras, do lar...

Hoje é o dia. E que as palavras e homenagens dos homens não camuflem a urgente revisão dos seus paradigmas, nem ‘maquiem’ o senso de consciência das elogiadas. Oxalá, um dia, os pretensos respeito e igualdade se estabeleçam plenamente, amparados pelos mais elevados conceitos humanos, colocando a mulher, definitivamente, no patamar divino a ela destinado na Terra. Oxalá...

terça-feira, 2 de março de 2010

Apocalypse Now

Os limites imperceptíveis aos olhos se fazem presentes. Terror. Morte. Destruição. Os quatro cantos do globo cada vez mais próximos, untados pelas inevitáveis conseqüências das ações humanas.

A terra sacode. O mar se enerva. O vento se enfurece. Num lado, o calor derrete. Noutro, o frio congela. Os raios solares invadem o invisível com furor. E a vida vai ficando por um fio. Quem reconhece o início do fim?

As imagens das ruínas em cidades diversas, de sobreviventes saqueando lojas, brigando por comida, sofrendo pelas inúmeras perdas – aliadas aos ‘problemas de sempre’, tais como a fome, a miséria e os inúmeros desvios morais – remetem a essa ideia de final.

O fim. Ou reinício. Ponto de “refluxo”. A etapa atraída pelo coletivo, como um desejo inconsciente pelo caos, movido por uma maioria desatenta à verdadeira realidade.

Estamos, sim, mergulhando no caos. O ‘Apocalypse now’. E quem sabe tocaremos com os pés lá no fundo, tomando o impulso renovador para um novo começo? Quem sabe...

Enquanto isso, faço coro a fantástica missionária indiana, Amma, que dedica sua vida a ajudar o próximo: “Nós esquecemos que trabalhar para a restauração da paz e união nesse mundo é o primeiro e mais importante dever de todo ser humano”. Pois é...