quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mundo Pirata


Pirataria não é crime. Quem me prova o contrário?

Nas esquinas, CDs e DVDs falsificados são vendidos sem o menor pudor. Também nas esquinas – nos bares, cinemas e até nas escolas – o sexo pirata (sem a menor originalidade) é barganhado como sub-mercadoria. Nas rodas sociais, ser pirata é imperativo – a falsidade com seus contornos mais subversivos. Nos templos religiosos, idem – muito se fala e pouco se faz. Na política, então...

Nos semáforos, limpadores de vidros pirateiam o ‘direito autoral’ do crime. Policiais militares entram na mesma ao receber suborno e ao distorcer o sentido da autoridade. Jovens e adolescentes abreviam suas épocas juvenis e falsificam a liberdade. Pais e mães piratearam suas funções – e o resultado são famílias cada vez mais piratas. Maridos e esposas falsificam amor em relações extraconjugais. Em todas as áreas humanas essa prática se tornou quase uma unanimidade.

Ser original saiu de moda. Autenticidade há muito deixou de ser a ordem do dia. A sociedade dos ‘super-homens’ preferiu se tornar na sociedade dos ‘bizarros’ – talvez pela incapacidade de persistir no árduo caminho dos ‘heróis’. E, assim, caminhamos cada vez mais firmes nas trilhas da mediocridade.

Pirataria não é crime. Quem me prova o contrário?