sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Honestidade do Brasileiro


Dia desses conversava com um colega de futebol. O assunto, a corrupção na política brasileira. Quase todo mundo metendo a mão no dinheiro do povo, desviando verbas, fraudando licitações. Políticos oriundos das mais diversas camadas sociais, distorcidos pelo mal maior da humanidade: a falta de moral.

Em dado momento, meu interlocutor se saiu com essa: “A gente fala, fala... Mas se fosse contigo tu não metia a mão no dinheiro também não?”. Minha resposta: “Não. Se todo mundo fizer isso, quando a situação vai mudar?”. Ele riu. E complementou: “Pois eu tirava o meu sim! Todo mundo faz. E eu não sou trouxa!”.

Ontem, fui num armazém comprar alguns materiais. Na saída, pedi a ajuda de um funcionário para colocar umas telhas no carro. Abri a mala e, ao me virar, percebi que o homem pegou uma bandeirola (que meu filho esquecera no veículo) e só não enrolou e botou no bolso porque me virei abruptamente. Evitei um furto, mas, infelizmente, nada pude fazer quanto ao caráter do rapaz.

Ser indiretamente chamado de trouxa pelo meu colega de futebol em nada me afetou. Perder a bandeirola também não me afetaria. Entretanto, saber que as pessoas insistem em pensar (e agir) dessa forma, sim – embora isso não seja lá grande novidade. Gente trabalhadora, mas que não se sente inibida em roubar (se apossar do que não é seu). Que ignora os verdadeiros valores que formam um cidadão. Que desaprenderam a respeitar o próximo.

Os maus exemplos das figuras públicas se multiplicam. A impunidade afrouxa tudo. O escracho se perpetua. Essas coisas me deixam pensando na honestidade do brasileiro – especialmente, na falta dela. E fico me perguntando: quando isso terá fim?

É... Acho que somente um trouxa como eu para me preocupar isso...
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