terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Indústria da Multa

ESPECIAL TRÂNSITO - PARTE 2


O trânsito brasileiro é um caos. Barulho, poluição, agitação, excesso de frota, desrespeito às normas vigentes, imprudência, má fé, má sinalização... Esses são apenas alguns dos seus ingredientes, que não por menos têm ‘inflacionado’ a intervenção do poder público na aplicação de multas.

Para tentar colocar ordem nessa balbúrdia, estão os agentes de trânsito. Em Recife, são em sua grande maioria guardas municipais. Com rendimentos na casa dos R$ 1.000,00 - somando-se os benefícios -, ocupam esquinas movimentadas com uma ânsia voraz em aplicar multas. Os mais ousados (e não são poucos), valem-se do ‘poder’ para cobrar propinas descaradamente.

Dizem que existem ‘metas’ a cumprir na aplicação de multas de trânsito – o que justificaria os excessos cometidos por estes. Também, que o ‘baixo’ salário (a ironia deve-se à média salarial nacional do trabalhador) aponta para a cobrança de ‘tocos’ pelos agentes – se isso se justificasse, meu Deus, estaríamos perdidos! A verdade é que, dentre essas divagações, vemos uma área delicada e repleta de problemas. De parte a parte.

Resumindo: de um lado, os ávidos agentes de trânsito. De outro, os mal educados motoristas (maioria). No meio termo, os poucos condutores fiéis seguidores da lei. E o resultado disso é a indústria da multa, outra distorção dentre as inúmeras existentes. Eis uma relação de difíceis parâmetros e em permanente interação, dia após dia nas ruas do país.

Pense num barulho!


(em breve, a terceira e última parte do ‘Especial Trânsito' – Quem é Normal?)

Leia também a parte 1: Os Donos da Rua