terça-feira, 18 de novembro de 2008

Morte ao Rei!


Vivi entre vós. Rei fui. E sou. Soberano traído e executado através dos tempos. E continuo sendo...

Eu vi a igreja matar em nome do Pai. Eu vi católicos e protestantes em confrontos sangrentos. Eu vi os auto-intitulados ‘arianos’ aniquilar judeus. Vi o preconceito em preto-e-branco (e também nas cores do arco-íris). Vi monges tibetanos lutando e morrendo num campo de batalha. Vi ortodoxos gregos e armênicos a digladiar-se num templo sagrado. Vi padres abusando sexualmente de crianças, pastores acumulando riquezas, charlatães abusando da boa fé do povo...

Eu vi. E continuo vendo. Sendo morto todos os dias. Usado. Diminuído. Crucificado. Um rei traído pelas vossas guerras santas cotidianas. ‘Morte ao Rei!’, é o que escuto. Compaixão é o que sinto. Esperança sou. Amor é o que tenho.

Sabeis: eu não estou nos vossos templos dourados. Nem em vossos rituais exógenos. Ou nos vossos livros sagrados. Muito menos dividido em vossas crenças inconsistentes. Eu estou vivo dentro de vós. Silencioso. Perene. Desejando ser encontrado.
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Deixais que eu viva, então...