quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Geórgia, a Prostituta


Ela, 22 anos. Jovem, pobre, prostituída, morta por uma bala perdida enquanto cruzava um bairro pobre na volta do trabalho. Independente, viu sua vida se esvair por conta da ignorância humana.

Ele, 16 anos. Jovem, pobre, prostituído, abalado por uma divisão étnica. Outrora algoz, agora vitimado pela mesma violência de antes. Independente, vê sua existência quase se esvair por conta da ignorância humana.

O que eles têm em comum? Ambos se chamam Geórgia: ela, uma prostituta vitimada pela guerra; ele, um país em conflito com a Rússia por conta das rusgas separatistas do passado. Direitos avocados de parte a parte e uma guerra desnecessária e inconveniente (assim como toda batalha o é), tamanha a falta de entendimento. E em tempos de ‘espírito olímpico’, isso soa um tanto absurdo.

Ainda que homônimos, as ‘Geórgias’ guardam entre si uma vital diferença: enquanto ela se prostituía para sobreviver, ele se prostitui por interesses egoístas e pela inabilidade de diálogo. E a Rússia, cafetina, continua usando da truculência (assim como faz com os seus) para acirrar os ânimos e tentar valer-se à força.

As prostitutas... A cafetina... E o mundo continua mesmo uma zona... Será que somos todos 'filhos da puta'?
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A história da jovem prostituta vitimada pela guerra é fictícia. O restante, não. Pois é... A ‘putaria’ continua...