domingo, 10 de agosto de 2008

Desigual e Dividido


Tropas reunidas. Soldados entrincheirados. Bandeiras em riste representando as nacionalidades. Comandantes à espreita, orgulhosos, aguardando o início dos combates. Quem vencerá esta guerra?

Delegações reunidas. Atletas enfileirados. Bandeiras em riste, representando as nacionalidades. Chefes de Estado atentos, orgulhosos, aguardando o início dos jogos. Por estarem ali reunidos, todos já são vencedores.

A abertura dos jogos olímpicos foi monumental. Acima de tudo, por reunir num momento ímpar gente de todos os cantos do globo terrestre, fazendo esquecer as mesquinharias políticas do cotidiano e focando, tão somente, no espírito olímpico.

Assistindo o desfile das delegações, não pude evitar um sentimento de emoção ao ver a alegria e a paz reinando entre os homens de boa vontade; uma visão, infelizmente, rara nesse nosso mundo dividido.

Pois é. Desigual e dividido. Esse é o mundo em que vivemos. Nações desconhecidas (Seychelles, Moldávia, Micronésia...) e segregadas (República Tcheca, Eslováquia, Sérvia, Montenegro...) dividindo espaço com os renomados e (teoricamente) unidos países. A medalha de ouro, assim, ganha conotação superior: a de simbolizar a vitória do esporte (e da paz) sobre a desigualdade (e a desunião).

Quando chegaremos lá?