domingo, 23 de março de 2008

Santos?


Semana Santa? Páscoa? Qual o sentido desse 'mega' feriado religioso, num país cada vez menos humano? Por que festejar um momento católico se o mundo, hoje, é muito mais diversificado em termos de religião e crenças? Para que esse 'esforço' em lembrar de um figura ímpar - o Cristo -, numa sociedade embalada pelo álcool (e outras drogas) e pelas letras vulgares das pseudo-músicas festivas?

Alto lá! Antes que alguns se enfezem com o meu suposto puritanismo, esclareço: nada contra ninguém. Cada um escolhe o que é e o que quer ser. Não tenho nada a ver com isso. Refiro-me, apenas, à gigantesca hipocrisia social que insiste em permear nosso calendário. Encenações do martírio vivenciado por Jesus não combinam com os inúmeros assassínios nesse período pascal; missas católicas e seus consecutivos feriados não combinam com a enorme diversidade religiosa do país; procissões e eucaristias nada têm a ver com a desarmonia que reina em todos os festejos Brasil afora.

É isso, meus santos: hipocrisia. Eis a palavra que melhor nos define. Eis o termo que melhor revela o que nos compõe. E é inspirado nesse coquetel desarmônico que parto assente, ansioso para tocar no assunto novamente amanhã, afinal, passada a euforia ilusória de uma semana nada santa, teremos os números da desgraça que permeia esse tradicional feriado. Bebamos, então, a carne e o sangue de Jesus...