quarta-feira, 12 de março de 2008

Meu Recife


471 anos. E eu aqui, todo orgulhoso. Tenho costume de dizer e reafirmo: sou mais recifense que pernambucano (só um pouquinho mais), mais pernambucano que nordestino (sim), mais nordestino que brasileiro (muito mais). Não se trata de bairrismo. É algo que não sei explicar. Um orgulho danado de ser parte de um povo guerreiro, que sempre lutou pelos seus próprios direitos, que fez da sua luta um impulso para o verdadeiro sentimento patriótico (eita palavrinha chata!), que sempre foi vanguarda na sua rica cultura, que vive os próprios sonhos - ainda que não detenha a mídia nacional, nem o poder econômico de outros centros.

O aniversário do Recife traz à tona a sua importância para o Brasil, esse país tão desigual e discriminador, essa nação ‘desmembrada’ em unidade e que tanto menospreza o que tem de melhor. Sem querer ser excludente, acho que o Recife não precisa do glamour que outras metrópoles nacionais têm – muitas vezes sem nada demais para oferecer. Que o digam seus artesãos, seus produtores culturais, seus poetas, atores, artistas em geral; gente que produz, mesmo que a sua obra não ganhe a merecida repercussão; gente que acredita que viver é materializar os próprios sonhos; gente que, ao invés de parecer ‘fashion’, prefere apenas ser gente.

Talvez minhas palavras já estejam descambando mesmo para um bairrismo pueril. Fato é que, vivendo numa nação dominada pela mídia e pela má política, prefiro mesmo estar aqui – ainda que no Recife, evidentemente, muitas mazelas morais e sociais persistam. Sou recifense, sim, com muito orgulho. E nesta data sinto-me, também, homenageado.

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E o que dizer de ti, Olinda! Castigada pelo desprezo de alguns, amada pelo que é pela maioria do seu povo. Olinda do Carnaval. Olinda prima do Recife. Olinda, sim, linda, minha prima também. A ti também deixo minha homenagem...