quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O Que é um Ano Novo?


31 de dezembro. Dia mundial da touca no cabelo (nunca vi tanta mulher ‘toucada’!!!). Também, dia de desejar um ‘feliz ano novo’ pra quem quer que seja. Mas... O que é um ano novo?

O desejo só é mesmo válido quando seguido de um esforço consciente em torno da pretensa mudança. O que mudamos do ano passado pra cá? O quanto temos nos esforçado para fazer dos anos entrantes realmente novos?

Da superficialidade de palavras voantes, espero um ano efetivamente novo para mim - novo de boas novas, fruto de uma ação consciente. E também para você, meu caro amigo e leitor. Um ano composto por 365 dias de efetivos esforços para se alcançar um ano realmente novo e feliz.

Eis o meu mais profundo desejo, a toda humanidade. Que assim seja, então...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal em Nós

“Se quer ser amado, comece por amar aqueles que necessitam do seu amor”.
(Paramahansa Yogananda)




Nosso Natal é um fiasco, espelho da pobreza moral que (ainda) nos compõe. Tantos necessitando de amor, diuturnamente, e nós nos descabelando por presentes, brigando por produtos em lojas e supermercados, ignorando a realidade das nossas existências: amar.

Nesse período marcado pela hipocrisia, desejo (a nós!) o exercício permanente de paciência e boa vontade para com os nossos, de respeito e autoconhecimento para conosco mesmos e, acima de tudo, de amor para com o nosso planeta e semelhantes.

Quem sabe assim, um dia, lembremos em vida da grandeza do mestre aniversariante. E, como seus semelhantes mais fiéis (como o próprio Yogananda), aprendamos a nos preocupar mais em amar do que em receber amor.

Que o Natal seja um movimento constante em todos os dias da nossa vida...

Sidney Nicéas

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Alegria Concreta? Materialismo abstrato!


É natal! A paz reina na terra! Época de alegria em que crimes não acontecem! Fome não há! As famílias se entendem e se confraternizam sem o menor rancor! Tristeza não existe! O que importa é o amor – dinheiro não!

(Cai o véu)

Shoppings lotados. Gastança desenfreada de um lado. Cobiça inevitável de outro. Desequilíbrio. Hipocrisia familiar acentuada. Multiplicação da bebedeira – alegria confundida com embriaguez. O símbolo pueril do Papai Noel cada vez mais desgastado. Mas não importa... É natal!

(de quem mesmo?)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Assertiva Sobre o Silêncio

Onde jaz?

Quando a escuridão rasga a luz
E a noite invade o espaço diurno
E o passar das horas silencia o mundo
E o sono impera ante a conturbação...
Silêncio me torno.

Madrugada em mim.
Quietude sem fim.
O que sou, enfim.

Mas, eis que o sol de novo surge
E o mundo inquieto retorna
E o homem ansioso acorda
E a vida competitiva novamente urge...
Silêncio me falta.
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Onde jaz?


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Vivemos e deixamos a mente tudo comandar. Somos escravos do que pensamos. Subjugados pela avidez mental. Impulsivos. Ansiosos. Cerebrais.

Dominar a mente. Deixar fluir o silêncio. Ouvir o ‘vazio’ interior. Eis o desafio em vida. Ser equilíbrio ao invés de agitação. Discernir. Ser consciente de si. Menos cérebro. Mais coração...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Fé Demais Não Cheira Bem


Pedir. Querer. AGIR. Acreditar... Obter e achar que o ‘milagre’ vem ‘de fora’. Interessante a noção de fé do ser humano.

A ignorância da massa cria uma aura milagrosa em torno da crença. O viver ‘de fora para dentro’ faz do homem escravo da própria ignorância, um ser alheio aos poderes milagrosos que possui. Quando entenderemos, enfim, que nós somos a expressão divina? Que depende de cada um a realização dos milagres de cada dia? Que ter fé é tão somente acreditar no poder que há em si - e assim ‘remover montanhas’?

Inevitável não tocar nesse assunto quando aqui, no Recife, o povo mostra sua face mais humana ante os festejos em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, cujo feriado municipal aconteceu na segunda-feira (08). Lágrimas, joelhos feridos, pagamentos de promessas dos mais variados, uma entrega cega a uma tradição popular. Enquanto cultura, vejo esse um movimento rico do nosso povo. Enquanto crença religiosa, ainda que muito respeite, enxergo uma distorcida noção do que é ter fé.

O velho (e sempre atual) Jesus já dizia há uns dois mil anos atrás: “Vós sois deuses”. E o homem, que nunca acreditou em si, recheou suas crenças com outros homens transformados em santos (igualmente deuses, só que conscientes dessa perene condição), transferindo a estes suas responsabilidades, escondidas sob o véu da incapacidade.

Nós somos deuses, sim! E ao invés de nos expormos criando e pagando promessas em nome de santos rotulados por nós mesmos, deveríamos dedicar toda essa energia e disposição para sermos melhores no dia-a-dia. Deveríamos, diariamente, criar e pagar as promessas de sermos pessoas menos egoístas, mais generosas, mais pacíficas. E, assim, assumirmos uma condição mais digna de ‘deuses’.

‘Fé Demais não cheira bem’, título de uma comédia cinematográfica dos anos 90, talvez muito bem resuma a nossa fé: farta de atitudes eloqüentes, escassa de razão e consistência. Até quando?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Falando Nisso...


Vamos fazer amor? Não “aquilo” que todo mundo confunde com “isso”, mas amor como real amar; amor de dar e receber, não “daquele” jeito que se faz na hora “h”, mas sim de como se deve fazer em todas as horas do viver.

Fazer “aquilo” é bom, bom mesmo se feito com amor, esse “isso” que compensa tudo, seja “naquilo”, seja lá como for. Comer? Coma com amor, mas não “comer” como “naquilo”, que faz “isso” ter até sabor, mas faça do ato um momento de louvor, fazendo da comida o extrair do seu real sabor. Mas não “daquele” jeito, tal... Você esta me entendendo.

Nesses “issos”, “aquilos” e “eticeteras” também está o amor, esse vintém inesgotável que embala pais e filhos e segue intacto, geração após geração, desde que o tempo é tempo, mesmo com todos os poréns. E justo nesses poréns, de tão simples o amor banalizou-se, passou a viver banido do coração dos homens, maquiado em véus de paixão e sexo, escondido entre a liberdade e a libertinagem finita.

Por isso hoje é mais fácil fazer a dor do que amor, “ficar” do que amar, matar do que dar amor. A preguiça nossa de cada dia, que nos impede de labutar o correto e nos impele a faturar por rápidas vias, acaba por fazer do amor distante. Acha-se melhor comprar pronto do que fazer, ignorar do que agir, acomodar-se a ajudar. Daí a real felicidade e o verdadeiro bem-estar nunca surgirem da ociosidade ou da inércia forçada, focada na obtenção de vantagens por caminhos curtos e egocêntricos; vem mesmo é da vontade e da disciplina, que move o esforço para amar, doar e dar sem nada querer receber.

Falando nisso, que tal fazer amor? Você já sabe que é “isso” e não “aquilo”... Então? Capacidade intrínseca tem todo ser, não há desculpas para dizer que não pode. Um “sorriso” a um estranho; um “obrigado” simpático ao empregado da padaria; o “desculpa” ao colega de trabalho; o gostoso “brincar”, ainda que breve, com o filho ou filha; o profundo “eu te amo” para a esposa ou marido... Isso é amar, é viver com a alegria de estar aqui e de ter a oportunidade de sorrir e fazer com que o outro se sinta melhor.

Experimente amar mais vezes durante o dia. “Isso” vai fazer você se sentir tão bem quanto fazer “aquilo”. Não é tão difícil e é simples. E, depois, sei que você vai sempre afirmar: “é... Foi bom pra mim”...
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Texto publicado no livro "O Que Importa é o Caminho", de Sidney Nicéas. Pedidos: snoliii@gmail.com

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Homens Urubu

(Continuação do post 'Homens Vira-Lata')
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Não! Não estou me referindo aos viventes em lixões, produtos não-recicláveis da paupérrima sociedade humana – cidadãos sem cidadania. Reporto-me, sim, aos aproveitadores de plantão. Gente que se diz gente, mas que vive de olho no que há de mais podre. Usurpadores. Normalmente, auto-intitulados ‘marginais sociais’, queixosos quanto aos ‘sanguessugas’ do poder, mas que não perdem uma oportunidade sequer de fazer igual (ou pior) – cidadãos que desconhecem o que isso significa.

São os homens urubu. Domingo eles se revelaram sem pudores no Recife. Aproveitando-se de uma tragédia – a queda de um bimotor num bairro da cidade – e do conseqüente caos, partiram para o ataque ao invés de socorrer as vítimas. Os sobreviventes do acidente relataram que, ainda feridos na aeronave recém-caída, tiveram seus bolsos revirados e pertences subtraídos por curiosos que se amontoaram no local, antes mesmo de qualquer socorro. Eles, a carniça, vítimas dos homens urubu.

Que vergonha de ser humano... E enquanto o mundo gira nessa carniça toda, continuo a questionar: aonde essa geração vai nos levar?

domingo, 23 de novembro de 2008

Homens Vira-Lata


Não! Não me refiro aqui aos andarilhos maltrapilhos que vagueiam pelas grandes cidades, desafortunados ‘sem rumo e sem dono’ - cidadãos sem pátria. Reporto-me, sim, aos sem educação, sem cultura e sem civilidade, que desbravam a noite como se sozinhos estivessem nesse vasto planeta - cidadãos que desconhecem o que isso significa.

São os homens vira-lata. Normalmente têm posses, acesso, pais... Mas não têm educação. Desfilam sem o menor estilo, muitos deles com suas roupinhas de grife e com seus carrinhos de estimação, sempre à caça do sexo (igual ou oposto). Costumam beber sem limites. Desrespeitam os horários de descanso dos outros. Usam a madrugada para mostrar que não têm pedigree: aumentam o som dos carros em volumes exagerados, gritam, brigam, urinam em qualquer lugar nas vias públicas, assim como fazem sexo em lugar qualquer (e com parceiro qualquer).

Quem mora perto de bar ou boate sabe muito bem identificar essa espécie humana. Homens e mulheres que não conhecem (ou ignoram) o que significa limite e respeito. Iguais entre si, como uma massa de moribundos que não sabe o que é ser gente. Pensam que são responsáveis (porque trabalham ou porque podem sair sozinhos à noite), mas não passam de crianças brincando de vida adulta, ainda que tenham faixas etárias variadas.

Os homens vira-lata são aqueles filhos cujos pais não têm noção do futuro que os aguarda. Preocupam-se com o planeta que deixarão para eles no amanhã, mas esquecem que filhos estão deixando para esse mesmo planeta.

Pois é... Aonde essa geração irá nos levar?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Morte ao Rei!


Vivi entre vós. Rei fui. E sou. Soberano traído e executado através dos tempos. E continuo sendo...

Eu vi a igreja matar em nome do Pai. Eu vi católicos e protestantes em confrontos sangrentos. Eu vi os auto-intitulados ‘arianos’ aniquilar judeus. Vi o preconceito em preto-e-branco (e também nas cores do arco-íris). Vi monges tibetanos lutando e morrendo num campo de batalha. Vi ortodoxos gregos e armênicos a digladiar-se num templo sagrado. Vi padres abusando sexualmente de crianças, pastores acumulando riquezas, charlatães abusando da boa fé do povo...

Eu vi. E continuo vendo. Sendo morto todos os dias. Usado. Diminuído. Crucificado. Um rei traído pelas vossas guerras santas cotidianas. ‘Morte ao Rei!’, é o que escuto. Compaixão é o que sinto. Esperança sou. Amor é o que tenho.

Sabeis: eu não estou nos vossos templos dourados. Nem em vossos rituais exógenos. Ou nos vossos livros sagrados. Muito menos dividido em vossas crenças inconsistentes. Eu estou vivo dentro de vós. Silencioso. Perene. Desejando ser encontrado.
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Deixais que eu viva, então...

domingo, 16 de novembro de 2008

A Reencarnação de Romasanta


Manuel Blanco Romasanta, nascido em 1809 na cidade de Allariz, na Região da Galícia, Espanha. O viajante que entrou para a história por ter-se assumido Lobisomem, justificando assim os bárbaros assassínios que cometera. Que jurou perante um júri que uma força tomava conta do seu corpo antes dos crimes. E que obteve o semiperdão da Rainha – que converteu a pena de morte por ele recebida em prisão perpétua.

Distante milhares de quilômetros da Europa, Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, repete Allariz. No bairro de Cajueiro Seco, a população anda assustada com as possíveis aparições de um ser anômalo e com os corpos de animais que amanhecem estripados. Alguns juram ter visto a criatura, descrita como um lobisomem. Até a Polícia Militar anda fazendo ronda para descobrir o mistério por trás dos estranhos acontecimentos.

O Brasil e a Espanha unidos por um mistério semelhante, um século e meio depois. Ainda que o medo e a crendice popular multipliquem os fatos, a verdade é que ambos os casos intrigam. Quem foi Romasanta? Um homem atormentado por espíritos malignos? Uma vítima da insanidade? Um perverso assassino? E quem é o responsável pelo terror em Cajueiro Seco? Um animal? Uma mutação? Um idiota pregando peças? Ou somente um boato que vem ganhando contornos de realidade?

Ainda que em Pernambuco (até o momento) não tenha havido mortes humanas, há quem afirme que o temido ser seja a reencarnação de Romasanta, o assassino que se disse lobisomem e acabou assassinado de forma misteriosa na prisão.
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E aí? Quem arrisca um palpite?



Aos interessados, existe um filme intitulado ‘Romasanta’, que retrata o verídico caso do ‘lobisomem de Allariz’. Independentemente das especulações em Jaboatão, a película é interessante e, sem dúvida, vale a pena conferir...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ensaio Sobre o 'Ensaio Sobre a Cegueira'


Sol forte.
Onde há vida em plenitude enxergamos calor, excesso, inquietação.

Chuva intensa.
Onde há bênção e multiplicação enxergamos frio, transtorno, caos.

Ser humano.
Onde há um semelhante enxergamos um inimigo.

Vida.
Onde há oportunidade enxergamos dificuldade.

Morte.
Onde há continuidade enxergamos fim.

É...
A epidemia continua...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sexo no Cinema


Desvario é desequilíbrio, porém, às vezes pode resultar em igualdade. O desejo, a paixão e o prazer desenfreado levam o indivíduo ao egoísmo - mas também podem conduzi-lo a real noção do que é ser igual.

Nas salas de cinema que exibem filmes de sexo explícito no Recife, esse contra-senso é uma realidade. Viciados em sexo se encontram e ali mesmo vivenciam aventuras sexuais desregradas. Pobres e ricos, negros e brancos, homens e mulheres... Todos iguais, frutos de uma busca desenfreada pelo prazer.

Pessoas que, no dia-a-dia, possivelmente mantém posturas e retóricas opostas, lá extravasam seus lados mais tolhidos. Confundem liberdade com libertinagem, mas ao menos vivenciam o que realmente são – ainda que sob um prisma obtuso.

Cinemas onde o sexo sai das telas e invade as poltronas. Onde os desequilibrados sexuais se encontram e se aceitam. Enfim, onde a igualdade surge no desequilíbrio, mas se acaba após orgasmos entre anônimos. Quanta ironia...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Silêncio dos Bons

Lampião, Maria Bonita e a Cabroeira

“Enquanto a faca não sai toda vermelha / a cabroeira não dá sossego não”...

A frase cantada por Lenine na música ‘Candeeiro Encantado’, que se refere à época de Lampião, muito bem se aplica aos dias de hoje. É que nesses tempos de violência, a vida está perdendo o seu valor.

A “cabroeira” anda “avermelhando” o planeta com cada vez mais requintes de crueldade. “E vira bucho, tripa corno, corta orelha / que nem já fez Virgulino, o capitão”...

Ler o jornal hoje é angustiante. As páginas policiais gotejam sangue, tamanha a quantidade de notícias sobre violência. A sensação é de que a humanidade anda fora de controle. O que fazer?

Diante disso, lembro que a persistência no bem é obrigação para aqueles que querem um mundo melhor. E rememoro o grande Martin Luther King, que certa vez disse: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.

Nada de silêncio, então...

domingo, 2 de novembro de 2008

Anormal é Ser Diferente

Olha eu, anormal, disfarçado de mim mesmo... hehehehe...
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Sou um ET (Oh! Novidade!!!), mas, se fosse humano, eu seria anormal. E com muito prazer!
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Nessa casa de doidos chamada Terra (belíssima, mas cheia de doidos), vocês humanos inverteram as coisas. Banalizaram o normal. Fizeram do ‘ser normal’ um ‘ser idiota’. O diferente virou vulgaridade. Ser honesto virou exceção. Doidice!
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Pois eu seria anormal, sim! Sem dúvidas, diferente desse ridículo conceito de normalidade que foi adoto por essa geração. No meu planeta não disso não! Os seres são normais – normais oriundos do ‘normal’ mesmo.
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Os que têm brincos pendurados em partes diversas do corpo, ou adoram uma bebedeira, ou se esbaldam num desregramento de vida, ou ainda matam e morrem por dinheiro... Esses são ‘normais’. Os honestos, caridosos, reservados, ou que simplesmente não se integram nesse outro conceito, são ‘anormais’. Pois é. Anormal na Terra é ser diferente. É ser o melhor possível (o que, na verdade, deveria ser o normal).
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Pronto! Essa é mesmo a minha conclusão. E quem vier com conversê de trancoso vai entrar na minha lista verde. Vou inserir seu nome com o selo de ‘doido’. E juro que aparecerei dia desses com a minha nave para uma visitinha ‘normal’ (se é que vocês me entendem)...
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* ET Cetera é um alienígena de outras paragens, que muito aprecia observar a vida humana e que está mantendo contatos literários intergaláticos comigo. Pense num ET escroto!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O País de Um Eixo Só

De Olho no Brasil...
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A vida num país acontece naturalmente. Uma nação é movida por eixos, engrenagens incansáveis acionadas em cada milímetro do território nacional, por cada cidadão. Mas, no Brasil, parece que não é assim...

Conduzidas pela mídia, essas engrenagens tupiniquins foram se resumindo a um eixo específico: Rio de Janeiro/São Paulo. A definida mídia nacional (que deveria ter igual missão – nacional) se perde com o foco super dimensionado no sudeste, especialmente no citado eixo, causando a impressão de que todo o país ali se resume.

Exemplos? Novelas – com suas tramas acontecendo quase que exclusivamente nessas duas cidades (o Rio paraíso, Sampa ‘A’ metrópole); futebol – só Flamengo e Corínthians em referências mil (e haja citações em toda a programação); música – qualquer ‘coisa’ vira sucesso comercial (e o resto que se exploda); até a violência – foco exacerbado às ações criminosas (ou será que no resto do país a mídia nacional dá atenção aos casos de seqüestro e assassinatos em família?).

A vida acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, é verdade, assim como na Paraíba, no Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão, Sergipe, Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso...

Esse papo pode parecer mesquinho, mas não é. A idéia é tão somente refletir e questionar: quando o Brasil se tratará por igual? Quando a mídia será realmente imparcial? Quando seremos, enfim, uma nação de verdade?

Todavia, enquanto eu continuar enxergando o Brasil como ‘o país de um eixo só’, permanecerei movendo as engrenagens que me cabem – como escrever o que penso sobre esse assunto, por exemplo... E acreditando num amanhã melhor...

domingo, 26 de outubro de 2008

Peidofilia é Crime!



Hoje eu ia falar sobre outro tema, mas o sucesso do primeiro post (‘Tire o Dedo do Nariz!’), que ainda gera comentários para o titular deste Blog, me fez repensar. Então, decidi lançar uma campanha relâmpago e fedorenta: PEIDOFILIA É CRIME!

É... Você que está lendo isso é um peidófilo em potencial (ainda bem que no meu planeta não tem disso não!). Vive soltando seus gases a torto e a direita e pensa que fica impune. Saiba que seres como eu observam a tudo mesmo distantes. E essa coisa de compartilhar o pum com a coletividade não tem graça nenhuma.

Não bastasse o desprazer de ‘forçar’ uns gases nas narinas alheias (e nem admitir o feitio, nem aceitar quando a problemática flatulenta é de autoria de terceiros), tem gente que até mata por causa de um pum (é... aconteceu no Recife essa semana, uma discussão sobre o autor do fedido, o que acabou resultando em assassínio). Ridículo!

Você seres humanos são mesmo um fedor. Danam-se a produzir gases (o que é normal diante da vossa constituição biológica), mas recusam se aceitar como peidófilos - pô! Vão ao banheiro soltar seus puns, bando de sacanas!

Em todo universo, a consciência moral passa por todas as coisas, inclusive as consideradas irrelevantes, como a questão aqui abordada. Por isso mesmo não duvidem: peidofilia é crime! E quem continuar com essa mania fedida vai se ver comigo! Hum!!!

OBS.: o ET Cetera informa que a brincadeira com o termo ‘peidofilia’ nada tem a ver com o horrendo crime de pedofilia. E reitera: “Quem infringir a lei vai se ver comigo! Hum!!!”...



* ET Cetera é um alienígena de outras paragens, que muito aprecia observar a vida humana e que está mantendo contatos literários intergaláticos comigo. Pense num ET escroto!

sábado, 25 de outubro de 2008

Justiça Cega ou Caolha?


Athena, Deusa da Justiça, foi eternizada no meio jurídico com os olhos vendados e segurando uma balança nas mãos. A justiça é cega ou caolha? No Brasil, essas duas versões ganharam força nesta semana.

Cega, conforme exemplo maranhense, cujo Tribunal de Justiça proibiu que a prova do concurso para Magistratura desse estado seja feita em braile, com ajuda de ledor ou de software - excluindo, assim, os deficientes visuais da concorrência. O presidente do TJMA, Raimundo Cutrin, simbolizou a ‘cegueira’ da justiça ao afirmar que “a atividade de juiz é incompatível com a falta de visão”. Despreparo e desrespeito, sem dúvida.

Caolha, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, que numa ação míope em conjunto com o Ministério Público e o Instituto de Assistência Social e Cidadania, colocou a Polícia Militar para retirar crianças das ruas, tidas como exploradas pelos pais. O que deveria ser uma ação de proteção transformou-se em perseguição a crianças que, desesperadas, corriam desorientadas (“fugindo da policia”) ou choravam incontinentes nos braços dos pais. E tudo sem a presença de psicólogos ou, sequer, de diálogo. Despreparo e desrespeito, sem dúvida.

A justiça é cega ou caolha? Olhando melhor, acho que a falta de visão está naqueles que deveriam promovê-la - e não agir com injustificáveis distorções. Quanta cegueira...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Amar


Amar
Não é essa coisa piegas
Que por aí se apregoa.
Nem
Essa paixão travestida
Que confunde as pessoas.

Amar
Não é essa química tola
Que de tão superficial logo voa.
Nem
Esse senil abstrato
Retrato do homem que não perdoa.

Amar
É o olhar contundente
Da justiça e da compaixão.
É o
Entregar-se sem julgo
Sem apego, nem prisão.

Amar
É o sensível sentido
De enxergar o outro em si.
É o
Natural presente no indivíduo
O bom, o belo e o infinito, enfim.
(Sidney Nicéas)

domingo, 19 de outubro de 2008

O Dos Outros!


Emprego. Casa. Cônjuge. Beleza. Estilo de vida. Nesse sentido, o dos outro é melhor (não é mesmo?). Dizem que até a grama é mais verde... (ora! Verde sou eu!!!)

Pois é...

Chulé. Flatulência. Sovaqueira. Suor. Mal hálito. Nesse sentido, o dos outros é pior. De si todo mundo suporta, já dos outros... (ainda bem que não sou humano e não tenho essas coisas)

Pois é...

Isso tudo porque, quando a questão é ‘positiva’, o homem deixa a inveja ‘vossa’ de cada dia sobressair (e notem que não existe inveja boa). Quando não, o ego assume, mostrando a sua faceta mais mesquinha. E é nesse vai-e-vem que a humanidade vai se perdendo numa fedentina desgramada. (eca!!! No meu planeta não tem disso não...)

Pois é...


* ET Cetera é um alienígena de outras paragens, que muito aprecia observar a vida humana e que está mantendo contatos literários intergaláticos comigo. Pense num ET escroto!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Homem, o Bêbado e a Testemunha


Eu vi. Agressões de um corpo ‘são’ para com um moribundo. Socos e empurrões foram desferidos pelo homem, deixando o bêbado ainda mais vulnerável ao chão. Uma covardia.

Ainda que testemunha distante, a cena me perturbou. Pela violência, pela covardia, pela gratuidade. Hoje quase não há mais diálogo. As coisas se resolvem no braço (na faca, na foice, no revólver...). Onde anda a nossa racionalidade?

Uma semana se passou e eis que me deparei com o agressor, casualmente, na rua. Nossos olhares se cruzaram e eu deixei transparecer, na minha incisividade, meu julgo contundente. Quem era ele para bancar o valentão? ‘Covarde!’, pensei. E segui em frente, mantendo um silêncio impiedoso.

Agora, passados os fatos, sinto-me envergonhado. Quem sou eu para julgar aquele homem? Ainda que nenhuma palavra eu tenha direcionado a ele, acusei-o e, talvez, tenha feito pior do que ele havia feito outrora com o bebum. E foi a minha consciência retilínea que afrontou a mente acusadora, mostrando-me que viver é mesmo uma experiência fundamental.

Ninguém é melhor do que ninguém. Essa é a constatação. E eu sou testemunha.

domingo, 12 de outubro de 2008

ET Cetera e a Série 'Homem Bizarro'


Todo domingo, a partir desse dia 12 de outubro até o dia 02 de novembro, você vai conferir a “Série Homem Bizarro”. A mais nova série do seu ‘Blog De 2 em 2...’ terá o comando do nosso ET Cetera e tem como objetivo tratar com muito bom humor as peculiaridades do ser humano. A primeira jornada segue abaixo: "Tire o Dedo do Nariz". Aprecie, comente, divirta-se...

Tire o Dedo do Nariz!


O semáforo avermelhado é o sinal. Basta parar o veículo e procurar com atenção que a visão de algum motorista descuidado futucando as ventas se fará real. E tome dedo atolado no nariz!

Crente que não está sendo observado, o motorista melequento mexe e remexe na ânsia de atingir aquele volume de sujeira mais distante (e que tanto está incomodando). Entre entradas e saídas da cavidade nasal, eis que o dedo vitorioso se encontra com outro que à espera está, a fim de, num prazeroso esfregão, entregar ao léu a recente conquista... A catota!

Catota: “meleca; secreção nasal ressequida”. Essa é a definição clássica do dicionário e que muito bem podemos aplicar ao próprio ser humano. Melequento. Que esconde em si as sujeiras mais recônditas, disfarçando-se como se fosse uma sumidade de limpeza (e considere isso além da questão da sujeira física).

Por isso mesmo, afirmo que a conquista da sujeira escondida é um troço comum aos terráquios. Quem aqui nunca tirou uma catotinha do nariz e negou isso com veemência (e ainda nega)? Pois é. Até nisso vocês são hipócritas...

Sendo assim, então, só me resta finalizar reproduzindo a letra ‘profunda’ de uma canção ‘infantil’ (que Dona Roseana cantava para seus filhos e sobrinhos quando estes eram crianças - pra divertir, é claro!), dentro dessa temática ‘apaixonante’:

“Tire o dedo do nariz
Se você quer ser feliz
E depois bote na boca
Sinta o gosto de catota
E depois cheire chulé
Você vai ver como é bom”...

Sorriam e boa semana a todos (se puderem, terráquios melequentos)!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eu Tenho Caráter!


Caráter: “firmeza de atitudes (...) retilineidade nas ações”. Ter caráter é vigiar os próprios atos para que os mesmos não traiam a noção individual do que é correto. É persistir numa tendência reta de valores - honestidade, respeito, compreensão. Enfim, é talvez o atributo interior e individual que mais se aproxime da justiça.

Eu tenho caráter. Longe da perfeição, vejo-me em constantes embates interiores, buscando uma “firmeza de atitudes” e uma “retilineidade nas ações”. Apesar da minha caturrice (“teimosia (...) atributo de pessoa que enxerga defeito em tudo”), faço valer a minha consciência (“atributo de quem julga a sua própria realidade”). Isso faz parte de mim. Caráter. E eu posso afirmar com veemência que o tenho.

Coincidência ou não, hoje é o Dia do Vereador. Aquele potencial ‘agente de transformação’ eleito pelo voto popular. Ocupante de um cargo que exige, sim, caráter e consciência para legislar, mas que tanto anda em extinção.

Coincidência ou não, ontem tivemos eleições para vereador (e também para prefeito) em todo país. Pleito que exige do eleitor o mesmo caráter e consciência para exercer seu direito cívico - eleitor esse que anda um tanto desacreditado.

Coincidência ou não, ontem eu votei em branco. Eu, que tenho caráter e consciência. Não enxerguei tais atributos nos concorrentes disponíveis. Traí a minha noção democrática branqueando meu voto, um branco de protesto, reflexo do meu desânimo enquanto cidadão. Reconheço minha momentânea fraqueza (pois é, amigo Paulo Carvalho), mas confesso que tudo fiz conscientemente. Com caráter - ainda que também com caturrice.

Contudo, passado o pleito eleitoral, a vida segue. Alheio ao Dia do Vereador e à minha atuação enquanto eleitor, sigo em frente. Persistindo na minha noção de caráter. Valendo-me da minha consciência. Acreditando que amanhã eu poderei ser melhor que hoje, afinal, democracia é isso mesmo. Viver, também.

sábado, 4 de outubro de 2008

Justo Veríssimo Vive!


“Eu odeio pobre! Eu quero que o pobre se exploda!”. Quem não lembra do personagem de Chico Anísio, genial caricatura dos políticos brasileiros? Pois é. Justo Veríssimo vive! E é nele que eu vou votar!

Juro que tentei pensar diferente. Olhei atentamente para as propagandas, busquei informações na internet, tente descobrir um que fosse no horário eleitoral gratuito. Em vão. Eleitor em Olinda e defensor do voto como ferramenta de transformação pelo cidadão, curvo-me à falta de opções para votar com coerência.

Perdoem-me os possíveis bons políticos (seria isso um paradoxo?) que aí estão pleiteando vaga no poder público, mas ocultar-me-ei nessas eleições. Vou amarelar - aliás, branquear. E tudo por não enxergar o perfil sério, honesto e trabalhador que esses cargos demandam, afinal, votar em branco soa mais ‘justo’ que eleger quem não considero ideal. Por isso mesmo reafirmo: Justo Veríssimo vive! E é nele que eu vou votar!

É isso. Vou dar a ele o meu voto. Branco. Da cor do preconceito social que ele pregava e que tão bem refletia (e ainda reflete) a classe política brasileira. Branco neles! E os políticos, então, “que se explodam”!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dúvida Literal


Olhei para ele
Com uma interrogação na cabeça,
Pontuação que refletia
Uma dúvida literal:

Quem o escraviza sou eu
Com meus anseios pueris,
Ou é ele que me mantém preso
Em tenros braços paginais?

Antes que tivesse a mente um curto
E eu uma reação descomunal,
Ousei agir com mãos vazias
E encerrei a questão com um ponto final:

Fechei o livro.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Sem Nome


O homem velho barbado já morreu. Assim como Zeus, foi confundido. Badalado em cada sinagoga, permanece como símbolo de uma ignorância manipuladora, objeto supremo das religiões.

Deus... Que já foi visto como guerreiro... Que ainda é temido... Que sempre foi humanizado... ‘Imagem e semelhança’ do fracasso humano...

Deus não é um nome próprio. Muito menos um rótulo. Ele é um 'sem nome', um complexo extraordinário de natureza desconhecida. Não é o santo dos santos. Nem o pai que a humanidade tanto anseia. Muito menos alguém cujos maiores atributos é ser ‘bom’, ‘justo’ e ‘fiel’, como tanto apregoam - isso eu tento ser. Ele apenas É.

Então, d’onde vem a pretensa onisciência e onipresença dessa extraordinária força? Vem de nós mesmos. Nós somos a experiência carnal de Deus. Somos Seus olhos e ouvidos. A Sua consciência. E vivemos com a missão (ignorada pela maioria) de tornar esse planeta mais divino.

Deus... O que estamos fazendo com o reino teu? Vale a pena a reflexão. Boa semana a todos...

sábado, 27 de setembro de 2008

Sonhar é Preciso

Ontem sonhei
Assim como hoje
Amanhã sonharei
Esperança é doce
Criança ainda sou
Amanhã sonharei...



Eu sou um sonho. E continuo a sonhar. À noite. Ao dia. A todo instante. Sonho que sou um homem bom. Sonho que o meu trabalho vale a pena. Sonho que escrever é a minha realidade - ainda que muitos persistam em me ignorar. Apenas sonho.

O universo onírico é real. Combustível para os loucos amantes da vida. Visão palpável. Antídoto. Solução para aqueles que acreditam que o mundo não é um inferno - apesar dos ‘demônios’ que por aqui vagueiam.

Onírico. Assim é o planeta Terra e toda essa vida transitória e fugaz. Onírico eu sou. E persistirei nessa busca pela minha própria realidade. Afinal, sonhar é preciso...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Bonitinho


O bonitinho é primo do feinho. O bonzinho é afilhado do ruinzinho. Inveja boa é desculpa de amarelo. Sentir pena é comer barro. Eita mundinho...

Diminutivo é graça. Piadinha de gosto duvidoso para justificar a besteira nossa de cada dia. Afinal, desejar o que é do outro nunca é bom - inveja é o disfarce do ‘bonitinho’. Assistencialismo é pena disfarçada de caridade - é o 'bonzinho' em ação.

A gente é o cão chupando limão. Travestido de bonzinho. Com cara de bonitinho. De ‘inho’ em ‘inho’ a gente vai ficando cada vez mais diminutivo, levando nossa vidinha nesse mundinho.

E por conta desse post legalzinho, alguém pode até argumentar que ‘inho’ + ‘inho’ = ‘ão’. Hum! Enraçadinho...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Saúde Vai Mal...


As duas pernas quebradas. O estômago dorido. O coração taquicárdico. A cabeça a ponto de explodir. É... A saúde vai mal...

No Recife (e em muitas cidades do país) as filas crescem. Faltam profissionais. Óbitos aumentam. O caos consome o que deveria ser o maior ‘bem’ humano. É... A saúde vai mal...

E enquanto aos mais abastados resta alguma indignação (ou, para a maioria desses, indiferença), os menos afortunados sucumbem diante da ineficácia do sistema público de saúde - e da incompetência daqueles que o gerem.

É... A saúde vai mesmo mal...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Tem Gente Que Pensa...

Eu não pensava
Que tu pensavas.
Ele não pensava também.
E nós pensávamos
Que vós não pensáveis.
Eles, não.

É...
Tem gente que pensa...
.
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Tem gente que pensa que é grande - mas sequer prevê o tamanho da queda. Tem gente que pensa que pensa - e sequer raciocina as próprias ações. Tem que gente que pensa que é gente - quando ainda não aprendeu o que é ser humano.

Anteontem, no bairro do Curado, no Recife, o segurança da subestação de energia da Celpe, Edmílson Lisboa (43), morreu eletrocutado ao tentar retirar uma pipa que ficara enganchada nos fios de alta tensão. Na boa vontade de ajudar, pensou que era grande... E não previu o tamanho da queda...

Ontem, a desempregada Taciana dos Anjos foi presa no Recife com 535 gramas de cocaína prensada, escondida numa embalagem de absorventes. Os R$ 500,00 que receberia em troca do transporte da droga ficaram para trás, assim como a própria liberdade. No intuito de trilhar o caminho mais ‘fácil’, pensou que pensava... E não raciocinou as conseqüências das suas ações...

Hoje, o traficante Marcos Santana, mais conhecido como Coringa, um dos mais procurados do Rio de Janeiro, foi preso na capital pernambucana. Após cometer vários crimes por lá, estabeleceu-se por aqui e abriu uma loja de artigos de festas. Acreditando estar acima de tudo (e de todos), pensou que era gente... Quando sequer aprendeu o que é ser humano...

Pois é... Pensar é bom. Raciocinar é melhor. Aprender a viver, contudo, é fundamental...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O Planeta Que 'Desce Redondo'

O carro corre.
A bicicleta anda.
O celular vibra.
A câmera vê.
O CD toca.
A noite cai.
A palavra fere.
A mente engana.
O planeta clama.
O homem desanda...
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O globo terrestre não é mais redondo. A globalização anda longe de unir todos os extremos. A coletividade não consegue ser una. O planeta Terra anda mesmo fragmentado.

Breve exemplo: enquanto engenheiros ingleses estão desenvolvendo o ‘Projeto Floresta Sahara’, que visa combinar tecnologias para transformar imensas áreas desérticas em terrenos férteis (sabe-se lá que interesses estão por trás disso), a ONU tentou recentemente arrecadar 30 milhões de dólares para amenizar a fome na Etiópia, mas só conseguiu 01 milhão e 600 mil das nações mais ricas.

É. O globo terrestre não é mais redondo. Aqui, tudo pende para os extremos. Movido a poder. A dinheiro. A ilusão. E na Terra em que a propaganda é a ‘alma’ (do negócio), nada melhor do que ilustrar esse breve post com o planeta que ‘desce redondo’.

(E não tem ‘Lei Seca’ que dê jeito)...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Marte é Logo Ali


‘O planeta vermelho não é exatamente vermelho’. ‘Os marcianos não são pequenos e verdes’. ‘Abduções acontecem por aqui’. Essas afirmações não são minhas. São, na verdade, do marceneiro Plínio Bragatto, de 87 anos, morador de Governador Valadares (MG).

Bragatto afirma ter sido vítima de uma abdução há 12 anos atrás, quando fora levado a Marte por um bando de marcianos numa nave espacial - nave esta que, segundo testemunhas, deixou marcas no solo. O caso, que ficou famoso em Minas, foi registrado pela Polícia local, mas o inquérito nunca foi concluído.

Para alguns, os fatos acima despertam gargalhadas. Para outros, indiferença. Para os demais, reflete uma realidade ignorada pela maioria. A verdade é que Marte é logo ali. E o homem vem intensificando a sua presença nesse planeta vizinho – vide as últimas expedições feitas pela NASA.

Acredito que em Marte deve haver vida (evidente que diferente da nossa). Acredito que somos visitados por seres extraterrenos. Acredito que não somos os únicos habitantes desse sistema fantástico chamado Universo. Acredito, também, que um dia essa relação Terra-Universo será plena.

Contudo, enquanto esse tempo não chega, continuarei acreditando em histórias como a de Plínio Bragatto. E quem sabe um dia eu também tenha algum contato com alienígenas? Se isso acontecer, não duvidem: relatarei tudo aqui para vocês – mesmo que alguns gargalhem, outros me ignorem e os demais acreditem em mim...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Milagre!


E eis que os anjos estão caindo do céu... Primeiro, um com 01 ano e meio que despencou do 3º andar de um edifício residencial em Boa Viagem. Depois, outro com pouco mais de 02 anos, que caiu de um prédio no Cordeiro. E enquanto os anjos caem no Recife, fico imaginando o que estaria por trás desses milagres.

A mão do invisível - inquestionável - tem teimado em agir, implacável ante o descuido de pais desatentos. É fralda enganchando e amortecendo a queda, é telhado amparando corpo amiudado... Mas, o que estaria por trás desses milagres?

Longe de querer explicar o inexplicável ou de bancar o sabe-tudo, quero tão somente fazer uma contundente afirmação: o ‘outro lado’ existe. E só mesmo a trama invisível que move o mundo pode servir de parâmetro para o milagre dos anjos recifenses (não duvideis: o acaso não existe).

Bom seria se os homens enxergassem essa ‘chuva de anjos’ como um sinal dos novos tempos. Um sinal de renovação. O início de uma mudança de atitudes. O chegar dos tempos do verdadeiro sentido de coletividade. Aí, sim, teríamos um milagre divino nesse reino humano.

Milagre... Quantos anjos ainda cairão sobre nós?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

É FUMO!


Frustração. Ansiedade. Estresse. Prazer. É fumo!

Enquanto a indústria do tabaco fatura fortunas com um produto que vicia e mata, o ser humano perdura no hábito de percorrer caminhos mais ‘fáceis’. E os ‘motivos’ apresentados acima constituem na verdadeira força do fumo. Só no Brasil, são cerca de 200 mil mortes por ano ligadas ao consumo de cigarro. É fumo!

Enquanto o Governo acelera as campanhas contra o tabaco, continua permissivo ao recolher fortunas em impostos dessas mesmas corporações combatidas. O discurso difere da prática. E ainda que a questão não possa ser tratada com tamanha simplicidade, fica no ar o mau cheiro dessa fumaça viciante. É fumo!

Aos viciados, resta a vontade. Aos governos, resta a ação. Aos fumantes passivos, resta a esperança. À humanidade, restam dias melhores. A mim, resta finalizar esse texto com a única expressão que me vem à mente quando o assunto é o cigarro: é FUMO!
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*
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Em tempo: hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Pra você, fumante ou não, a ocasião faz alguma diferença? Opine! (nem que seja por e-mail, como a maioria prefere...)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Tampa de Crush


Quem não lembra dessa expressão, que fazia referência ao delicioso refrigerante de laranja e ironizava o indivíduo que se achava o máximo? Pois é. O refrigerante não existe mais, entretanto, a expressão permanece.

Logo mais, em São Paulo, acontecerá o sorteio da Mega Sena, cujo prêmio está acumulado em seis milhões de Reais. Aplicado numa poupança, o valor chega a render R$ 40 mil reais por dia. É muito dinheiro! Quem será o ‘tampa de crush’ que vai levar essa bolada?

‘Tampa de Crush’, jogo, dinheiro... Tem gente que acha que essas coisas são as mais importantes na vida. Com o foco tão limitado, esquece o que é saber viver. E embora seja o dinheiro uma coisa necessária, ser milionário representa uma responsabilidade moral imensa num mundo tão desigual. Será que vale a pena ter tanto dinheiro?

Confesso que estou com vontade de jogar na Mega Sena hoje. Ganhando o prêmio, tornar-me-ei um novo milionário nesse vasto mundo. O novo ‘tampa de crush’. Mas, repito: será que vale a pena ter tanto dinheiro? Será que poderei, assim, fazer a diferença? Será?
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Vale a reflexão...

domingo, 24 de agosto de 2008

A Minha Pátria de Chuteiras


Sexta-feira. Acordei para mais um dia de trabalho. Tudo normal, não estivesse eu usando minhas chuteiras, contrastando com a minha calça social e o meu blazer.

Acredito que não fui o único a assim trajar nesse dia, afinal, vivo na pátria de chuteiras, o Brasil. País do futebol. Nação movida à bola. E nessa fatídica sexta-feira, mais do que nunca, orgulhei-me de estar aqui, no Nordeste brasileiro, fazendo jus a essa tradição futebolística.

Claro! Daqui, tenho visto através dos anos inúmeros jogadores nordestinos, atuando nessa região, vestindo a camisa da seleção brasileira masculina de futebol. Muitos... São tantos que nem consigo lembrar...

Claro! Daqui, tenho visto o futebol feminino crescer de forma organizada em todo país, valorizado pelos que comandam essa modalidade. É tanta organização que não consigo nem aqui expressar...

É por conta desse ‘tratamento igualitário’ no futebol masculino e dessa ‘excelência’ na organização do futebol feminino que eu, já há alguns anos, tenho torcido com muita paixão para uma única seleção: o meu Sport Recife (e tenho visto muitos outros fazendo dos seus times as suas únicas seleções). E parece que o fiasco olímpico consolidou ainda mais isso.
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Olho para os meus pés. Continuo usando minhas chuteiras. Permaneço depositando minhas fichas no meu clube de coração, em detrimento das ‘seleções’ de uma confederação pseudonacional. É... Eis aí a minha verdadeira noção de ‘pátria de chuteiras’...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

B de Brasil... B de Bunda...


Ô bundalelê! O Brasil está na América do Sul ou em Pequim? Está lá e cá...

Lá, bunda pra todo lado: a de Diego Hipólito beijando o tablado, a de Fabiana Murer batendo no travessão, a de Ronaldinho Gaúcho rebolando roliça na frente dos ‘hermanos’ argentinos. E o país segue num desempenho ‘bunda’, até o momento, nesses jogos olímpicos, fruto de uma política desportiva aquém de uma nação gigante.

Cá, bunda pra todo lado também: a de políticos rebolando para angariar votos nas eleições que se aproximam, a do ex-deputado Álvaro Lins agora aprisionada, a dos ‘geniais’ compositores nacionais que impregnam a cultura brasileira com suas ‘bundices’. E o país segue movido a ‘bunda’, fruto da sua imaturidade como nação.

Ô bundalelê! O Brasil está na América do Sul ou em Pequim? Está lá e cá...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O Recurso do Imbecil



Encontrar culpados. Eis o recurso do imbecil. O idiota que aponta para o outro. O sacripanta que se auto-sentencia. O energúmeno que insiste em (se) punir. Enfim, que se dana a transferir responsabilidades, que esquece o que importa na vida, que insiste em não saber viver.

A vida é mesmo um parque de diversões. E é na gangorra dos erros e dos acertos que a brincadeira tem graça. Os tombos são hilários. O levantar, digno de méritos e sorrisos. Mas nós, os imbecis, vivemos nos descabelando com o que acontece ‘fora do previsto’ (e insistindo em querer encontrar os culpados).

Não existe culpa! Não existe erro! Não existe dor! O que existe, infelizmente, é a nossa mania de querer que as coisas (e os outros) sejam conforme desejamos. Erros, dor, acertos... Tudo isso representa oportunidade. Crescimento. Amadurecimento. Aprendizado. Sem dúvida, ingredientes fantásticos dessa breve etapa terrena chamada vida.

E você? Que tal deixar de imbecilidade e começar a viver com alegria? Que tal começar a entender a graça da vida? Que tal descobrir o que realmente vale a pena na vida? Eu já decidi: estou entrando com um recurso contra a minha própria imbecilidade. E quem quiser fazer coro a mim, pode se fazer valer desse grande advogado, que é o bom senso, ante o infalível juízo da consciência. Afinal, é melhor viver de bem com a vida do que morrer imbecil... Concorda???

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Casados e Solteiros

Sexta-feira (15) foi o dia do solteiro. Pois é! Os ‘encalhados’ (por opção ou por falta de) puderam festejar mais um dia de liberdade, auto-suficiência, felicidade... Será mesmo?

Entre o matrimônio e o solteirismo habitam diferenças diversas. Do cônjuge e possíveis filhos às inúmeras responsabilidades familiares que daí provém, essas diferenças são tamanhas que poderiam resultar num livro, se assim eu fosse listá-las. Porém, meu objetivo aqui é a colocação do SER nesse contexto – casado ou solteiro.

Responsabilidade individual e coletiva, ética, moral, respeito, amor... Esses não são atributos do rótulo ‘casamento’. Alegria e felicidade são possibilidades, digamos, ‘anárquicas’. Evolução provém do sucesso em saber conviver com o outro, quer numa relação conjugal, quer numa amizade, quer no contexto social. Ser solteiro, assim, é tão somente uma situação circunstancial, mesmo quando esta permeia toda uma existência.

Por isso mesmo, deixo uma pequena anedota que muito bem expressa o fantástico dom do ser humano em conviver com o outro - no caso específico, marido e mulher. E dedico a historieta a todos os solteiros que festejaram a passagem de tão importante (?????) data...
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“Acordei com uma BAITA ressaca e, do lado da cama, tinha um copo d'água e duas aspirinas. Olhei em volta e vi minha roupa passada e pendurada. O quarto estava em perfeita ordem. Havia um bilhete de minha mulher: ‘Querido, deixei seu café pronto na
cozinha. Fui ao supermercado. Beijos’. Desci e encontrei uma mesa farta, café esperando por mim...

Perguntei à minha filha: ‘O que aconteceu ontem’? Ela respondeu: ‘Bem, pai, você chegou às 3 da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete da sala, quebrou móveis e mijou na cristaleira antes de chegar ao quarto’. ‘E porque está tudo arrumado, café preparado, roupa passada, aspirinas para a ressaca e um bilhete amoroso da sua mãe’? – retruquei. ‘Bem, pai’ – ela respondeu: ‘É que mamãe o arrastou até a cama e, quando ela estava tirando a sua calça, você gritou: ‘NÃO FAÇA ISSO MOÇA, EU SOU CASADO!!!’...

MORAL DA HISTÓRIA:
Ressaca - $ 70,00
Móveis destruídos - $ 1.200,00
Café da manhã - $ 10,00
Dizer a frase certa no momento certo - NÃO TEM PREÇO!!!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Dual


Mole e duro. Podre e maduro. Lá e cá. Dia e noite. Céu e inferno. Terra e mar. Vida e morte. Seu e meu. Bonito e feio. Natural e artificial. Certo e errado. Longe e perto. Rápido e lento. Saúde e doença. Coragem e medo. Homem e mulher. Diabólico e divino. Limpo e sujo. Quente e frio. Escuridão e luz. Razão e emoção. Alto e baixo. Amor e ódio. Corpo e espírito. Alegria e tristeza. Positivo e negativo...

Contrastes. Desafios. Possibilidades. Tudo aqui é dual. Duas faces. Dois caminhos. Equilíbrio como solução. E é nesse passo que, ‘De 2 em 2’, precisamos ser mais...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Geórgia, a Prostituta


Ela, 22 anos. Jovem, pobre, prostituída, morta por uma bala perdida enquanto cruzava um bairro pobre na volta do trabalho. Independente, viu sua vida se esvair por conta da ignorância humana.

Ele, 16 anos. Jovem, pobre, prostituído, abalado por uma divisão étnica. Outrora algoz, agora vitimado pela mesma violência de antes. Independente, vê sua existência quase se esvair por conta da ignorância humana.

O que eles têm em comum? Ambos se chamam Geórgia: ela, uma prostituta vitimada pela guerra; ele, um país em conflito com a Rússia por conta das rusgas separatistas do passado. Direitos avocados de parte a parte e uma guerra desnecessária e inconveniente (assim como toda batalha o é), tamanha a falta de entendimento. E em tempos de ‘espírito olímpico’, isso soa um tanto absurdo.

Ainda que homônimos, as ‘Geórgias’ guardam entre si uma vital diferença: enquanto ela se prostituía para sobreviver, ele se prostitui por interesses egoístas e pela inabilidade de diálogo. E a Rússia, cafetina, continua usando da truculência (assim como faz com os seus) para acirrar os ânimos e tentar valer-se à força.

As prostitutas... A cafetina... E o mundo continua mesmo uma zona... Será que somos todos 'filhos da puta'?
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A história da jovem prostituta vitimada pela guerra é fictícia. O restante, não. Pois é... A ‘putaria’ continua...

domingo, 10 de agosto de 2008

Desigual e Dividido


Tropas reunidas. Soldados entrincheirados. Bandeiras em riste representando as nacionalidades. Comandantes à espreita, orgulhosos, aguardando o início dos combates. Quem vencerá esta guerra?

Delegações reunidas. Atletas enfileirados. Bandeiras em riste, representando as nacionalidades. Chefes de Estado atentos, orgulhosos, aguardando o início dos jogos. Por estarem ali reunidos, todos já são vencedores.

A abertura dos jogos olímpicos foi monumental. Acima de tudo, por reunir num momento ímpar gente de todos os cantos do globo terrestre, fazendo esquecer as mesquinharias políticas do cotidiano e focando, tão somente, no espírito olímpico.

Assistindo o desfile das delegações, não pude evitar um sentimento de emoção ao ver a alegria e a paz reinando entre os homens de boa vontade; uma visão, infelizmente, rara nesse nosso mundo dividido.

Pois é. Desigual e dividido. Esse é o mundo em que vivemos. Nações desconhecidas (Seychelles, Moldávia, Micronésia...) e segregadas (República Tcheca, Eslováquia, Sérvia, Montenegro...) dividindo espaço com os renomados e (teoricamente) unidos países. A medalha de ouro, assim, ganha conotação superior: a de simbolizar a vitória do esporte (e da paz) sobre a desigualdade (e a desunião).

Quando chegaremos lá?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Antonimismo Supremo da Democracia


"Fui voto vencido. Mas assim é a democracia". Palavras do presidente do Superior Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, após a decisão da entidade de permitir que os candidatos com 'ficha suja' disputem as eleições deste ano.
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Como pleiteantes a cargos públicos eletivos, os candidatos com 'ficha suja', diferentemente de qualquer cidadão comum, só terão suas candidaturas impugnadas caso haja decisão judicial contrária definitiva. Isso segundo o entendimento do STF, que tratou de uma questão de extrema relevância cívica (e moral) com uma impertinente frieza técnica.
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E é aí que reside um antonimismo supremo da democracia: permitir que os votos de uma minoria - no caso do STF, o corpo maior do seu colegiado - decidam uma delicada questão nacional pela maioria. Tudo relativamente normal, democraticamente falando, não se tratasse de interesses específicos de uma classe marcada por frequentes escândalos de corrupção (a classe política), o que acaba tornando esse antonimismo absurdo.
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Porém, nas urnas, a maioria da nação poderá tornar inócua tal decisão, invertendo os papéis. Aí, só restará aos 'derrotados' o consolo expresso na máxima democrática evocada pelo Ministro Gilmar Mendes: "Assim é a democracia".

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Gente Como a Gente


Há quem pense que o ambiente profissional está dissociado da vida privada e social. A maioria pensa que o famoso é ‘diferente’, que o artista é de ‘outro planeta’, que o jogador de futebol tem que ser ‘perfeito’. Também, que o fã ou freqüentador de um determinado segmento artístico tudo pode. E o negócio não é bem por aí.

Escrevo hoje motivado pela situação de uma pessoa pública, um atleta em especial, um jogador de futebol, um homem como outro qualquer, chamado Roger. Sim, o atacante do Sport Recife. Sim, o jogador que já foi artilheiro em outros grandes clubes. Sim, ele mesmo.

Roger que chegou em Recife com fama de matador, mas que, ultimamente, vem ‘matando de raiva’ a torcida do leão por conta de tantos gols perdidos; Roger que entra em campo vestindo as cores rubro-negras, mas que tem recebido mais vaias que aplausos do seu torcedor - justamente quando mais tem precisado de apoio; Roger que é um ser humano como outro qualquer, mas que vem sendo achincalhado por uma significativa parcela de apaixonados torcedores do Sport; Roger que, segundo informações de bastidores, vem sofrendo como pai por conta da filhinha doente; Roger que humildemente tem pedido desculpas ao torcedor por não se encontrar em boa fase; enfim, Roger jogador, profissional, pai de família, homem de carne e osso.

Há quem queira se justificar: “Ele ganha uma fortuna por mês e está roubando o clube!”, grita um. “Ele tem que ser demitido já!”, esbraveja outro. “Roger é um câncer no meu time”, exagera mais um. “Pode botar a minha avó em campo que ela vai jogar melhor que ele”, tripudia outro. E o homem Roger? Onde e como fica?

Longe de aqui querer exercer defesa ao jogador, faço, sim, uma defesa ao ser humano. Quem tem o direito de vilipendiar outrem? Quem se acha tão bom a ponto de acreditar que uma fase ruim lhe é impossível? Quem pensa que tem o direito de amiudar um semelhante? Quem costuma apoiar o outro quando algo não está bem? Quem tem agido com o seu próximo, em momentos difíceis, com sentimento fraterno? Quem?

Futebol é esporte, cujos protagonistas são gente como a gente. Bem aqui, mal acolá... E assim a vida segue. Contudo, vale lembrar que o mundo é uma grande casa e que todos somos de uma mesma família. Roger, Enílton, Carlinhos Bala, Nelsinho Baptista... Não importam nomes, cores, nacionalidades, religiões. Importa saber quem e o que somos - irmãos ou algozes?

É como disse certa vez um certo homem inteligente: ‘Quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra’. Quem se habilita a ser o primeiro, então?

domingo, 3 de agosto de 2008

O Lado Escuro da Lua...

“Não existe lado escuro da lua; na verdade, ela é toda escura...”
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A frase que fecha o disco mais vendido da história, ‘Dark Side of the Moon’ (traduzindo: ‘O Lado Escuro da Lua’), do Pink Floyd, é desafiante. Principalmente quando vemos a imagem que ilustra esse post e que mostra um flagrante fantástico do eclipse solar acontecido na última sexta-feira (01/08).

Enquanto a citada lua obscurecia momentaneamente o sol, um homem armado com uma grande faca furava e decapitava um passageiro num ônibus no Canadá, mostrando o seu lado mais sombrio. Calmo, exibiu a cabeça da vítima aos outros passageiros, como quem fazia questão de ofuscar a luz do dia.

Paradoxalmente, Pequim viu pela primeira vez em dias um por do sol, horas antes da lua ofuscar-lhe o brilho no dia seguinte. A poluição tem sido uma sombra permanente na China, fruto do descaso com o meio ambiente, como que fazendo questão de mostrar o nosso lado mais escuro.
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No Guarujá, em São Paulo, curiosamente no mesmo dia em que a luz do sol sucumbiu ante a presença da lua, um homem atirou na própria cabeça enquanto fazia uma mulher como refém. A luz sobreviveu, ofuscada pela escuridão de um desatino.

É... O eclipse solar findou, mas a escuridão parece persistir nesse contrastante planeta. Olho agora para o céu e vejo um sol tímido sob as nuvens... Onde está a nossa luz?

terça-feira, 29 de julho de 2008

Candeeiro Encantado


Quem foi o denominado ‘Rei do Cangaço’? Herói ou vilão?

Nascido em 1898, Virgulino Ferreira foi uma criança normal e um adolescente trabalhador, ajudando com a lida nas terras da família. O pai, José Ferreira, era cidadão pacato. A mãe, Maria Lopes, uma dona de casa de temperamento forte e que sempre ensinou aos filhos não baixar a cabeça pra ninguém.

Cansado da miséria e do descaso das autoridades com o seu povo, Virgulino decidiu entrar para a luta após o covarde assassinato do seu pai. Ele, na época, teria dito: "A partir de hoje vou lutar até morrer". Assim nascia Lampião e o mais temido bando do Cangaço, dedicado a combater a miséria e a opressão através do medo e da força. Nesse sentido, vale salientar que o Cangaço foi, antes de tudo, um movimento social, especialmente contrário à política de latifúndio e às condições sociais da região (se hoje ainda está essa bagunça, imagine há 70 anos atrás?).

Lampião e seu bando promoveram saques a fazendas, atacaram comboios, seqüestraram fazendeiros, usaram da violência para conseguir respeito junto à população - esta, por sinal, vivia dividida entre a sensação de ter um ‘herói revolucionário’ e um justiceiro cruel e sanguinário. E essa vida nômade e arriscada findou em 29 de julho de 1938, quando, numa emboscada, Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros foram assassinados a tiros e tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos.

Com a morte nasceu o mito. Setenta anos após seu falecimento, Lampião ainda figura na história brasileira como um ser ímpar, dotado de muita inteligência tática e senso social. E como qualquer mito, muitas inverdades já foram contadas a seu respeito. Contudo, uma coisa permanece intacta: o orgulho de grande parte do povo nordestino de um cabra macho que lutou pela justiça, ainda que do seu modo sangrento. É como disse Lenine na música ‘Candeeiro Encantado’:

“Já foi-se o tempo do fuzil papo-amarelo
Pra se bater com o poder lá do sertão
Mas Lampião disse que contra o flagelo
Tem que lutar com o parabelo na mão”...